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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Estante dos Sentimentos

Gostaria de compartilhar com todos, a crônica escrita pelo colega Nespiano, Richard Assimos, acadêmico da Ulbra Canoas e Presidente do Centro Acadêmico.

Trata-se de uma reflexão, diria até filosófica, sobre o sentido da vida. Inspirado pela obra "Em busca de sentido" de Viktor Frankl , este texto nos faz pensar em muitas questões de raízes profundas. Afinal, quem ousaria responder a pergunta: Qual o sentido da vida?

Estante dos Sentidos

Qual o sentido da vida?
Que significados atribuímos aos coloridos e aos pretos e brancos do nosso ser?
Que forças soam e nos suportam, fortalecendo nossas resistências diante da vida sem pálpebras?
Penso em dar sentido a vida pelas palavras, vejo-me a olhar os livros na estante e meu desejo de agora é deixá-los falar.
Ouço o Viktor Franfl contando sobre um psicólogo no campo de concentração em busca de um sentido para viver. Disse-me que quem não viveu no campo de concentração não faz a menor idéia da radical insignificância a que reduz o valor da vida, um único dia é do tamanho da vida, mas mesmo assim certo principio de humor constitui uma arma na luta pela autopreservação. O humor cria distância e permite colocar-se acima da situação, por alguns segundos...
A maneira como cada um assume seu destino inevitável e o sofrimento que se lhe impõe, revela mesmo nas mais difíceis situações, uma força inexplicável que ninguém poderia prever!
Fernandinho Pessoa grita lá do canto:
- Mais que um ser no mundo, uma presença no mundo, com o mundo e com os outros.
Wenceslau da Cunha está dizendo por ai que sonho é querer!
Que loucura! Acho que sonho pode ser um...
Um, não; dois gritos da alma!
- Não sei não heim! Foi Clarice Lispector que começou sussurrando, mas logo já alçou a voz: - Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
- Tudo depende das circunstâncias, regra que tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies! Intromete Machado de Assis na conversa!
Todos nessa hora querem dar palpite, mas agora não há mais tempo, só por enquanto! Meu coração acena para um sono breve, os pensamentos trânquilos caminham pelas paredes a procura do travesseiro!
Sonhos do acordado me esperam além da censura!

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