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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Importância da diversidade das mulheres é reforçada em debate on line

Para comemorar o dia da psicóloga e do psicólogo em 2011 foi realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), na noite de terça-feira (23), o debate Psicologia Brasileira: Profissão de Muitas e Diferentes Mulheres. O debate foi transmitido via internet no site do CFP e contou com as participações da secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Anhamona Silva de Brito e da psicóloga e militante feminista integrante do Fórum de Mulheres de Pernambuco, Suely de Oliveira. A coordenação do debate foi da conselheira do CFP Marilda Castelar.

A importância de se pensar a diversidade de mulheres que há no Brasil e o respeito à pluralidade deram o tom do debate, que teve início com alguns questionamentos de Anhamona Silva, entre eles “qual é o perfil da mulher psicóloga no Brasil, onde elas estão e quais são as complexidades que enfrentam no exercício da profissão, sejam negras ou brancas”. Segundo Anhamona, a questão do racismo deve ser levada em consideração quando se discute os direitos das mulheres no Brasil. “A maioria da população brasileira é negra e a maioria também é de mulheres. E as mulheres negras estão em situações de vulnerabilidade maior, são mais acometidas por psicopatias”. Mais uma vez, Anhamona questionou qual o perfil da mulher que está nos espaços de tratamento psiquiátricos e que mulheres têm ou não acesso a eles.

A psicóloga Suely de Oliveira trouxe ao debate discussões de alguns capítulos da Pesquisa em que é colaboradora - “A mulher brasileira nos espaços público e privado”. No universo da pesquisa, feita com mulheres e homens acima de 15 anos, Suely destacou temas relacionados à percepção de ser mulher no Brasil, ao machismo , ao uso de preservativo e à violência doméstica e sexual. “Apesar da maioria dos homens admitir que a violência contra a mulher é errada, 57% admitiu que pelo menos uma vez já praticou violência contra alguma namorada ou esposa e 43% que já o fez algumas vezes” , destaca.

Segundo a conselheira Marilda Castelar, o tema gênero já tem sido abarcado com mais entusiasmo pelo Congresso Nacional, mas para que a inserção e a permanência da questão se mantenham é preciso a articulação com instituições de ensino superior, movimentos estudantis e movimentos de mulheres. “O Sistema Conselhos colocou como prioridade a discussão destas políticas”.

Outros

Antes de serem iniciadas as discussões, foi transmitido um vídeo com os vencedores do concurso profissional Democracia e Cidadania Plena das Mulheres e, durante o debate, foi anunciada a inauguração, ainda em agosto, do novo serviço online do Sistema de Cadastro Nacional de Psicólogos e da Ouvidoria no CFP.

O debate estará em breve disponível nesta página (www.pol.org.br) e na página da campanha Psicologia: profissão de muitas e diferentes mulheres (http://mulher.pol.org.br).

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Manifesto do Conselho Federal de Psicologia

Manifesto do Conselho Federal de Psicologia



Temos acompanhado recentemente a prática do envio de crianças e adolescentes de forma compulsória, portanto, involuntária, para instituições de internamento sob a justificativa de ser encaminhadas a um suposto tratamento da dependência de crack. Contudo, não se coloca em pauta algumas questões que são anteriores a esta intervenção, tais como:

Como essas crianças e adolescentes chegaram à condição de morar nas ruas e de dependência de drogas? O direito, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de receber proteção integral com prioridade absoluta foi garantido de fato a estas crianças e adolescentes?

Ora, se o tivesse sido, provavelmente, elas não estariam nesta condição de desfiliação social, pois, tal condição não foi produzida do dia para a noite e sim como resultante de longos anos de submissão a processos variados de exclusão social e de violação de direitos.

Sabe-se que cotidianamente crianças e adolescentes, no Brasil, são vítimas de violência, não têm seus direitos fundamentais concretizados em políticas públicas efetivas e parece que não estão sendo prioridade absoluta na agenda dos municípios, estados e governo federal.

Bem, acionar políticas emergenciais como esta de internar involuntariamente implica em atualizar modelos de intervenção amplamente criticados por profissionais, por pesquisadores na área de ciências humanas e sociais e pelos movimentos sociais, como o da Luta Antimanicomial. Desde a década de 40, no século XX, há denúncias da ineficácia da segregação em asilos e em equipamentos sociais de fechamento que acabavam funcionando como espaços de reclusão da miséria e da produção de estigmas e violência.

O correlato da internação era a tutela dos corpos aprisionados e não o cuidado integral e a garantia de cidadania. Assim, somos contrários a este tipo de ação de encaminhamento de crianças e adolescentes usuários de crack de maneira compulsória às instituições de isolamento sob a rubrica de tratamento.

Afirmamos os princípios de um cuidado em meio aberto, humanizado, com equipes multiprofissionais qualificadas, que tenham condições de trabalho dignas garantidas, no âmbito das políticas de saúde mental e coletiva e da assistência social, que operem por meio dos equipamentos do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS e CAPS-AD), os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS), os projetos de redução de danos, a escola, o Programa Estratégia Saúde da Família, enfim, uma rede integrada e com investimento econômico adequado irá propiciar a materialidade das políticas de garantia de convivência familiar e comunitária às crianças e adolescentes. Estas práticas deverão funcionar nos territórios de cidadania, atendendo com a devida atenção prevista nas leis de modo concreto não somente a questão de usuários de crack, mas em todas as frentes de atenção básica e especializada, sempre a partir dos princípios da Reforma Psiquiátrica.

Ainda, tendo em vista as notícias veiculadas pela imprensa relativas à possível decisão do governo federal de incluir as chamadas comunidades terapêuticas na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Federal de Psicologia lembra a IV Conferência Nacional de Saúde Mental que decidiu o contrário dessa proposta. E o fez reafirmando que o investimento público deve ser destinado à criação e ampliação da rede de serviços substitutivos e não a lugares e instituições com princípios e formas de atuação contrários à ética que sustenta a prática nos serviços substitutivos: a defesa dos direitos humanos, a liberdade e a inclusão dos usuários no território.


Dê força ao bem e não ao mal e não se torne um navegante da ilusão, pois nós piratas dos bons pensamentos e princípios do bem não seremos indiferentes com ninguém, com ninguém! E não se torne um navegante da ilusão, um pobre hipócrita que vai contra ao bem, um pobre hipócrita !!!

(Mato Seco - Navegantes da Ilusão)


Para ler o Manifesto na íntegra, clique aqui!

E você? Qual sua opnião? Mande seu manifesto!



Fonte: CRPRS

Psicólogo aos 16 anos!

O adolescente mexicano Andrew Almazán Anaya, 16 anos, considerado um menino prodígio por sua precocidade intelectual, se graduará no dia 18 de agosto como psicólogo, enquanto simultaneamente conclui os últimos semestres no curso de Medicina. Almazán, cuja rapidez na formação profissional atraiu a atenção do país, disse que se prepara para continuar com seus estudos nos campos da Neurociência e Neuropsicologia.

Nascido 16 de outubro de 1994 na Cidade do México e entrar aos 12 anos para a Universidade, tornou-se o mais jovem universitário no México e entre os mais jovens do mundo, com a particularidade de ter completado os estudos anteriormente ensino básico obrigatório, médio e superior com excelência acadêmica.

O rapaz cresceu em uma família cristã, toca piano e pratica hóquei no gelo nas horas vagas, é faixa preta em taekwondo e não é fã das redes sociais como Facebook porque prefere "a comunicação direta" com as pessoas. Aos seis anos, o menino já havia lido obras de Shakespeare, enumerava ossos do corpo humano e planetas, e exibia uma "memória prodígio", segundo seu pai, Asdrúbal Almazán, médico cirurgião de profissão.

Aos nove anos, os pais decidiram educar o menino m casa, ao perceberem que na escola as crianças o isolavam e não brincavam com ele, sendo que, logo depois, Andrew foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção. A preocupação pela educação de seu filho levou os pais a fundar uma escola na qual ensinam habilidades especiais a crianças com capacidades intelectuais superiores, aplicando um
método desenvolvido por pai e filho e que ambos batizaram "o ordenamento das inteligências".


Com apenas 12 anos, Andrew Almazán ingressou na universidade e agora está a apenas alguns dias de se tornar o mais jovem psicólogo da Universidade do Vale do México e, daqui a dois anos, no médico mais precoce da América, graduação que atualmente cursa o sétimo se
mestre. Entre suas maiores conquistas figura o Prêmio da Juventude 2009 na categoria de "atividades acadêmicas, científicas e profissionais", um reconhecimento entregue pelo Governo da Cidade do México, quando derrotou centenas de jovens entre 14 e 29 anos.


No futuro, Almazán - que garante que só terá uma namorada quando chegar o momento de se casar -, se vê "com alguma pós-graduação em Psicologia ou
Psicologia da Educação", pesquisando sobre as crianças superdotadas e diabetes, e especializado em Neurologia e Neurociências.

No fundo da sala, em uma das classes do CEDAT, uma menina de 2 anos sentada sobre um banco recita de cor a tabela periódica diante de 20 crianças, após ter nomeado um por um todos os planetas do sistema solar. Quando Almazán a questiona sobre as características de Vênus, a criança responde que o corpo celeste tem cor "verde", mas é corrigida imediatamente por um colega de seis anos que especifica que o planeta, realmente, é "verde azulado".

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vamos ter aquela conversa?

Inspirados pela discussão do último Psicologia e Cultura, em julho de 2011, vamos discutir um pouco sobre Sexualidade e como esta deve ser abordada pelos pais.

O assunto que era proibido, hoje é imperativo, em todos os meios de comunicação. Vários fatos contribuíram para isto: um deles, positivo, foi a criação da pílula anticoncepcional, que desvinculou o sexo da reprodução e permitiu que a mulher começasse a buscar seu prazer, o que antes só era permitido a homens ou mulheres de baixa reputação. O outro fato, infelizmente, foi o surgimento da AIDS, na década de 80. Só a partir da síndrome, foi possível que conceitos fossem revistos e se abrisse a discussão sobre as diferentes orientações sexuais.

A dificuldade de comunicação continua mas os jovens começam sua vida sexual cada dia mais cedo e, ainda desorientados, muitas vezes pela pressão dos pares. Afinal, se até bem pouco tempo, a virgindade era uma virtude, hoje é considerado um peso para muitos adolescentes. As escolas, apesar da existência dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que consideram que a sexualidade deve ser abordada de forma transversal, em todas as disciplinas, têm ainda dificuldade de lidar com esta questão e cumprirem a função de educar para o exercício de uma sexualidade sadia e responsável.

E como a sexualidade deve ser vista? Como um dos aspectos da nossa existência. Implica em responsabilidade e autoria, bem como em respeito ao próximo, em reconhecer limites. É muito difícil para o ser humano lidar com o que é diferente de si. Tenta-se em vão colocar rótulos nos comportamentos, para poder compreendê-los, sem que se tente aceitá-los... Mas não seria esta a primeira função dos pais - e também dos psicoterapeutas e médicos?

A sexualidade perpassa todo o nosso comportamento. Não se limita à genitalidade e nem à prática sexual. É nossa marca no mundo... É um dos componentes da nossa felicidade e saúde, mas não o único.

Nem todos se encaixam na fôrma que o social oferece. E aqueles que não se encaixam, sofrem, se diminuem e desvalorizam. Quando se trata de sexualidade, muitos atentam contra a vida para escapar contra as pressões sociais. Outros se engajam em relações completamente sem significado, só para cumprirem o que a sociedade espera.

Pais também se mostram confusos. Perguntam-se porquê e como irão aceitar as decisões dos filhos, se tiveram tantas vezes que abrir mão dos próprios desejos... De certa forma, repetem as imposições, por não quererem discutir diferentes possibilidades daquelas que enxergaram para si. Neste ponto, a psicoterapia também pode ser muito importante para que pais, em conflitos com os desejos e novos hábitos da juventude, extravasem suas frustrações, tirem suas dúvidas (sim, muitos pais simplesmente não orientam porque desconhecem o que seus filhos já sabem há tempos...). Não raro, vemos pais frustrados, invejando a liberdade dos filhos e que - por isto mesmo - os tentam desencorajar nas suas aventuras e escolhas pela vida...

Por fim, professores - e também profissionais da saúde - muitas vezes recebem a missão de ensinar ou orientar e também tem suas próprias dificuldades, mal resolvidas, dúvidas sem respostas... Cabe a eles procurarem também aprofundarem suas buscas interiores, bem como buscar a informação, que hoje certamente é muito mais acessível do que para os pioneiros do estudo da sexualidade no início do século 20.

A forma com que lidamos com a nossa sexualidade, mesmo não sendo conseqüência ou causa direta do nosso sucesso, se relaciona com a forma com que encaramos a vida como um todo: com medo? Com dúvidas? Arriscando? Sendo responsáveis? Estas questões, quando surgem no consultório, não são - de modo algum - separadas de outras que emergem, como relações familiares ou profissionais. Podem ser a primeira queixa terapêutica ou surgirem ao longo do processo. Mas, é sempre bom lembrar que a sexualidade faz parte do todo, mas não se pode tomar as partes pelo todo...

Fonte: Psicologia e Saúde

Fique atento a próxima discussão do Psicologia e Cultura:

Pai Multifuncional